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Séries de TV

Captação

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Em determinados ciclos semestrais sofremos uma enxurrada de ofertas online. Curso de Roteiro, de produção com baixo orçamento, pós-graduação-mequetrefe-com-dinheiro-incentivado-e-ainda-cobrando-os-olhos-da-cara... A verdade é, não faça nenhum curso. Nada.


São caros, são distantes, são uma venda de ilusão.
Não temos uma indústria. 

Temos uma patota de pessoas tentando viver a vida, acreditando estar no topo da cadeia alimentar, cheio de egos, roubando o dinheiro alheio de impostos para colocar na própria mesa.


Claro que há exceções, grandes empresas e produtores que realmente estão tateando o melhor para o consumidor, e solucionando verdadeiros problemas suprindo o que o mercado quer. 
Mas, ao reclamar que o Estado está interrompendo a atividade e utilizar jargões como "tempos sombrios" é sinal que você está do lado da patota, querendo entrar na patota ou então não tem nenhuma consciência real da jornada que te espera.
Uma das coisas curiosas que vou dizer agora, até meio contraditória, não temos indústria e temos vagas disponíveis. Uma aberração gerada por constantes e contínuos ciclos econômicos do audiovisual forçados pelo Estado e não pela demanda real de quem utiliza das ferramentas desse setor como produto e serviço. Os cursos, na sua grande maioria, foram criados exatamente para retro-alimentar esses ciclos e a patota. É emprego garantido, comida na mesa quando não podem surrupiar um cadinho de imposto aqui outro acolá. É parte do processo da Não-Industria audiovisual alimentar a ilusão de que você entrará no mercado vendendo ideias, roteiros, filmes e vivendo o sonho, pagando o aluguel com chances reais de ficar rico.
Isso tudo não quer dizer que você não possa estudar e ou nem tenha que estudar. Tem algumas dezenas de livros em português na área do audiovisual que merecem ser estudados, marcados, praticados. Umas centenas em inglês. Isso tudo vai ser muito mais útil do que você pagar R$30.000,00 (trinta mil reais) em uma pós graduação que não tem valor algum para uma indústria que não existe.

E as vagas disponíveis? Bem, as janelas de exibição estão em franca expansão. Haverá uma grande quantidade de demanda nos próximos anos. Então você deve se preparar? Certamente, 


mas isso não implica em gastar dinheiro de forma desordenada, sem estratégia e em altas somas acreditando estar comprando um passe para a indústria do audiovisual.
Há cursos tão mais efetivos do que os super caros por ai. Não estou aqui vendendo o meu curso online, o Scriptoria. Não recomendo quem não estiver interessado em realmente se aprofundar, ir bem nos detalhes dos processos de escrita criativa e de roteiros sequer se aproximar. Ele existe para ser uma plataforma barata, de aprendizado e colocação no mercado.
A questão central aqui é matar um pouco dos sonhos desenfreados dos quais eu mesmo já fui vítima, não fatal, mas vítima de dolo eventual. 

O audiovisual brasileiro é uma organização estatal cruel com seus sonhos. 

Você tem que estar realmente imbuído de querer obsessivamente estar nesse universo em prazos maiores do que o cachê de uma produção com dinheiro de imposto é capaz de te manter, entre discursos políticos de governo e políticas de controle de conteúdo estatal, muito ego, pouca qualidade e quase nenhuma audiência. Quase nenhuma audiência! 
Se quer ainda assim gastar burros de dinheiro com cursos caros por ai, que faça com seu próprio dinheiro e sustento. Não saia pegando dinheiro do papai e retirando a riqueza da família para alimentar seu ego que vai inflar para dizer que trabalha em empresas de garagem e faz filmes que ninguém quer ver, nem sua mãe. E, se insistir nesse caminho, você só estará ajudando a manter, na maior parte das vezes, a mesma falta de qualidade de conteúdo que abominou quando se divertia comparando os filmes do Cinema Novo (tardio) brasileiros com mais um herói enlatado americano.
Audiovisual é negócio. E como tanto, tenha ganas de estar nele com seus próprios méritos, solucionando problemas e deixando de firula as patotinhas que mais querem é roubar o dinheiro do imposto de outros e chamar isso de defesa de cultura.

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