Nosso audiovisual é uma atividade Estatal.
Mesmo com qualquer malabarismo retórico, a conclusão será que a indústria brasileira do audiovisual é uma eterna dependente do Estado e morre de medo de Governo.
No dia 25 de março estive em uma reunião na FIEMG em Belo Horizonte promovida pela Câmara do Audiovisual do referido órgão, com um representante da Ancine, do Governo do Estado de Minas Gerais e da Prefeitura de Belo Horizonte.
Somos muito bons para falarmos de nossos filmes, mas, não tão bons em realizá-los no mercado.
Ai que entra a questão central desse pequeno texto.
Na nossa reunião, a grande maioria, pois eu me enquadrava fora daquelas preocupações, estava irascível pelos tetos do Fundo Setorial do Audiovisual. Para quem não sabe, o FSA, é um fundo de investimento constituído por um imposto à mais sobre os produtos audiovisuais e de telecomunicações chamado de Codecine.
Esse fundo, que é controlado pelo Governo, determina qual o tipo de filme, história, conteúdo será desenvolvido. Além dessa delimitação temática pelas chamadas, ainda criam normas e pontuações para os produtores e empresas para terem acesso ao fundo.
Mas, a principal questão levantada era quando o FSA permitiria com que o teto de Minas Gerais fosse ampliado.
Senti que éramos mendigos pedindo esmolas polpudas para um Governo dirigente do que se quer pensar ou produzir no Brasil.
A indústria do audiovisual está se ocupando de quanto o Governo vai disponibilizar como permissão para que ela exista.
A mudança do Governo em janeiro de 2019 provocou uma convulsão no sistema, mas, nada de concreto ainda foi definido, se é que irá. Como deixar uma ferramenta de propaganda cultural de lado sendo que as máximas gramiscinianas estão ai para dizer que cultura é o meio correto para dominação?
Fiquei descontente, como sempre fico diante dessas reuniões.
O Daniel Tonacci, da Ancine, colocou uma matriz SWOT na sua apresentação.
A grande AMEAÇA para a indústria do audiovisual é sermos dependentes demais do Estado.
E ninguém ali discutiu isso.
Estávamos dentro da Federação das Indústrias de Minas Gerais, um órgão privado, com a representação das maiores empresas do estado de Minas e ninguém ali discutiu sobre isso.
Tentei tomar a palavra, porém, os egos inflamados com a suposta razão de resolver todos os problemas, impediam uma ampliação do diálogo.
Mesmo que não buscássemos investidores diretos, pois não sabemos fazer lucro com a atividade audiovisual como produto, podíamos ter discutido a ampliação da presença das grandes empresas no uso das Leis de Incentivo do Audiovisual, como artigo 1°, 1A e os Funcines.
Mas, a turba estava perdida para os fundos perdidos com permissão do governo para existir.
Brigamos por permissão e por submissão e ainda achamos que o Governo é o culpado. A lógica da intervenção estatal é perniciosa. Só observar a atividade de distribuição e seus artigos terceiros... assunto para outra hora.
Dali não houve evolução concreta, só mais uma reunião de "tchurma", dizendo querer dominar o mundo, mas tão ratos de laboratório quanto Pink e o Cérebro.
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Perdidos para Fundos Perdidos
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