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Séries de TV

Captação

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Cinema... se é que ainda existe alguma diferença nas produções, Game of Thrones é cinema. Uma série tão grandiosa que dá medo, formidável.

A série quebra uma longa tradição de estrutura narratológica e consolida o maratonar.







Na eminência da Last Season da série, foi preciso retomar alguns vários episódios atrás. Retornei aleatoriamente, pelo HBO GO, lá no 7 episódio da quarta temporada. Não lembrava de muita coisa.

O binge watching tem duas vertentes para o espectador. Aquela que pode ser negativa: o fato de se absorver tanta informação em um período muito curto, binging, que fica nos faltando memória concisa e consolidada de longo prazo.

O outro lado é que maratonar nos mantêm atentos para diversos detalhes que acabamos de ver. Está tudo mais fresco na memória de curto prazo, tudo mais fácil para se viver em um universo ficcional, acompanhando os avatares em suas batalhas.

Binge watching pode não contribuir para uma memória de longo prazo. Faço essa afirmação sem muita base científica, porém, com grandes suspeita de ser uma hipótese mensurável.

Já o contrário, binge watching e o jogo de complexidade das séries de streaming atuais contribuem para a construção de um universo diegético e auto-referencial, como uma experiência ao indivíduo espectador. Game of Thrones é o convite perfeito para isso. Com dezenas de detalhes, personagens com conflitos e complexidades mesmo sendo de um "terceiro" escalão de história, têm suas vidas desenvolvidas, suas jornadas detalhadas e suas mortes refinadamente retratada.

Muito mais coisas mudam na vida dos personagens na complexidade das séries atuais, e Game of Thrones é um excelente exemplar disso.

Essa memória diegética, que está ali no curto prazo enquanto você vê até ao final de um filme ou numa série de TV ligada hoje em dia ao streaming, funciona de forma semelhante: a memória de curto prazo está excitada e você tem informações para usar essa memória para a grande fruição no jogo da complexidade.

Fica ainda a cargo de uma outra conversa (post) falarmos das estratégias das séries de TV quando, depois de mais de 12 meses todo um processo de relançamento e reconsumo é usado. Não só as narrativas ficaram mais complexas, o próprio lançamento e disponibilização ao consumidor final dão força na guerra dos tronos da audiência.


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